Golpe no WhatsApp: como se proteger
O avanço da internet contribui para o aumento dos golpes virtuais, já que mais pessoas estão vulneráveis às ações de criminosos
Os smartphones são utilizados para uma infinidade de funções, seja para acessar a internet, fazer transações bancárias, realizar compras online, trabalhar remotamente e também para usar as redes sociais. Esse cenário faz com que criminosos tentem aplicar golpes por meio de aplicativos populares, sendo o golpes no WhatsApp uma das práticas mais recorrentes, e que pode fazer muitas vítimas.
Isso porque o aplicativo é extremamente popular. Segundo a pesquisa da Opinion Box, 98% dos 1.992 usuários do WhatsApp entrevistados têm o app instalado no smartphone, e 86% usam a ferramenta todos os dias.
Ao mesmo tempo, as funções dos aplicativos de conversa têm se diversificado. Se antes era possível apenas mandar mensagens escritas, atualmente os usuários podem enviar áudios, vídeos, fazer chamadas e videochamadas. Além disso, algumas opções contam com o serviço de transferência financeira.
As diversas formas de usar os aplicativos de conversa chamaram a atenção de criminosos, que aproveitam as funcionalidades para aplicar golpes no WhatsApp. Por isso, é importante tomar cuidado com as fraudes virtuais. Entenda neste texto como funcionam os serviços, o que fazer para não se tornar uma vítima e como reduzir os prejuízos de uma armadilha virtual.
Índice:
Golpes virtuais
Os golpes virtuais aumentam conforme os avanços dos recursos tecnológicos, e sua adaptação na sociedade. Não é à toa que o Indicador de Tentativa de Fraude da Serasa mostra que, no 1º semestre de 2021, os brasileiros sofreram 1 tentativa de golpe a cada 8 segundos. O período destacado teve 1,9 milhão de ataques de golpistas, os números representam uma alta de 15,6% em relação ao 1º semestre do ano anterior, sendo o maior volume registrado em 10 anos.
O crime virtual é realizado à distância e pode ser executado a partir de celulares ou computadores comuns. Por isso, é uma forma vantajosa de criminosos conseguirem dinheiro de vítimas, pois basta usar aplicativos, para aplicar golpes no WhatsApp, por exemplo.
Muitas vezes, golpistas usam informações que as pessoas publicam em redes sociais para tentar o golpe virtual. Existem algumas modalidades, cada uma utiliza formas diferentes de clonar ou se passar por perfis no aplicativo de mensagens. Assim, os criminosos conseguem dinheiro de outras pessoas.
Principais golpes no WhatsApp
São muitos os tipos de golpes virtuais que utilizam o WhatsApp, que é um aplicativo popular e fácil de ser baixado. Descubra quais são os principais tipos de fraudes.
Acesso pelo código de segurança
O código de segurança é uma medida do WhatsApp para conferir a autenticidade de uma conta. A ideia é confirmar o número do telefone que o aplicativo de conversas foi instalado.
Nesse tipo de golpe, os criminosos podem conseguir o número de uma pessoa em sites, após o vazamento de dados, ou depois de invadirem a conta de um contato. Em alguns casos, as próprias vítimas divulgam as informações nas redes sociais.
Dica: Dados vazados: o que fazer para se proteger?
Em posse do contato de uma pessoa, os golpistas enviam mensagens ou mesmo ligam para a vítima para obter o código de segurança. Em geral, eles se passam por empresas, instituições públicas ou institutos de pesquisa. Na maioria dos casos, oferecem promoções, descontos e empréstimos.
Ao final do contato, os fraudadores afirmam que foi enviado, por SMS, um código que deve ser informado. Porém, esse é o número de segurança do próprio WhatsApp, e não da suposta empresa informada durante a conversa.
Em posse da chave de acesso, os criminosos conseguem se conectar à conta da vítima, entrando em grupos e falando com contatos. A partir disso, eles se passam por você para pedir dinheiro a outras pessoas e, ao mesmo tempo, bloqueiam o seu acesso ao app. Dessa maneira, o WhatsApp fica clonado.
Utilizar o perfil de alguém conhecido
Também existe o golpe no qual os criminosos usam a foto e o nome de uma pessoa para se passar por ela. É uma duplicação do perfil de alguém, só que o número de telefone usado no aplicativo de mensagens é dos golpistas.
Após visualizar o perfil no WhatsApp, eles usam a foto e o nome da vítima para se passar por ela. E ao entrar em contato com pessoas que reconhecem aquelas características, dizem que a vítima precisou trocar de número e necessita de dinheiro para resolver algum problema urgente.
Ou seja, o aplicativo não é clonado. O que acontece é que o mesmo nome e foto são usados por outros números para conseguir roubar dinheiro de pessoas que podem acreditar estar falando com o real proprietário do perfil.
Links corrompidos
Alguns golpes de WhatsApp também usam links corrompidos. Os fraudadores enviam, por SMS, um link e, após o clique, a vítima concede acesso do criminoso ao seu aplicativo de mensagens.
A partir disso, o golpista entra em contato com as pessoas que aparecem no WhatsApp da vítima para pedir dinheiro. Como até o histórico de conversas é acessado pelo fraudador, as tentativas de obter valores de forma fraudulenta podem usar assuntos ou linguagens específicas, o que causa a sensação de que o pedido de transferência de dinheiro realmente é verdadeiro.
Dica: Aprenda a se proteger contra novo golpe no Whatsapp
Caí em um golpe, o que fazer?
Caso perceba que caiu em um golpe no WhatsApp, é possível tomar algumas ações imediatas para impedir que alguém envie dinheiro indevidamente para os fraudadores:
- Tente acessar o WhatsApp Web, que pode mostrar a sua conta a partir de computadores, e saia das sessões que estiverem ativas;
- Caso não consiga mais acessar o WhatsApp pelo aplicativo para smartphone, desinstale e instale-o novamente, insira seu telefone e tente acessar a conta com o código SMS enviado pela empresa;
- Avise os amigos e familiares para não aceitarem mensagens de números estranhos se passando por você e não realizarem transferências financeiras. Peça também para denunciarem via app o contato que foi invadido;
- Tenha atenção para o extrato bancário, caso haja contas conectadas ao WhatsApp;
- Faça um boletim de ocorrência.
Transferência financeira no WhatsApp
O WhatsApp lançou, em março de 2021, uma nova função: tornou possível fazer pagamentos e transferências pelo aplicativo. Para isso, basta acessar as configurações do app, ir em Pagamentos e incluir a opção escolhida no Facebook Pay, recurso que habilita a inserção de dados bancários que serão usados nas transações.
Nas conversas, é possível enviar dinheiro a partir do ícone de anexo. É necessário habilitar um código PIN ou a impressão digital para habilitar o recurso de transferências. Será necessário cadastrar um cartão de crédito ou débito, e inserir informações pessoais e do cartão.
Porém, ao mesmo tempo em que a facilidade permite mandar e receber dinheiro de forma mais rápida e prática, ela também pode ser usada por criminosos para aplicar golpes. Por isso, é importante ter cuidado ao usar esse recurso.
Cuidados com o WhatsApp
Confira algumas dicas para evitar golpes no app de mensagens.
Confirme a identidade do perfil
Sempre confirme nome, número de telefone, foto e outras informações sobre a identidade de quem enviou a mensagem para você pedindo dinheiro. Áudios, videochamadas e ligações telefônicas ajudam a descobrir fraudadores.
Não envie códigos de verificação
Não envie o código de verificação do WhatsApp. Ele é pessoal e não deve ser compartilhado. Sempre leia com atenção o SMS enviado pela empresa, pois a própria mensagem informa que a numeração não deve ser repassada.
Não clique em links desconhecidos
Não clique em links que venham de contatos desconhecidos, que você não possui relacionamento.
Muitos fraudadores tentam se passar por empresas públicas, instituições financeiras, aplicativos e por pessoas próximas para enviar links maliciosos. Essas urls deixam o WhatsApp e o seu smartphone mais vulneráveis aos ataques.
Uma técnica comum de golpistas é o phishing, que pode aparecer em SMS, apps e e-mails.
Além disso, é muito importante ter cuidado com sites e formulários falsos criados por criminosos para roubar dados. Muitas vezes, o número de telefone da vítima é obtido dessa forma. Portanto, sempre verifique se uma página, formulário ou perfil em rede social é oficial antes de informar os dados pessoais.
Dica: 7 cuidados na hora de fazer compras online
Saiba mais com a PROTESTE
Atuar na defesa e proteção dos direitos do consumidor é o principal objetivo da PROTESTE, a maior associação de consumidores da América Latina. Além de informar quais são os seus direitos, a associação também conta com diversas iniciativas que auxiliam as pessoas nas relações de consumo.
Por exemplo, os testes comparativos realizados para trazer informações essenciais sobre produtos e serviços. Os dados e análises da PROTESTE ajudam você na tomada de decisão na hora da compra de um produto ou na contratação de um serviço.
Além disso, você também pode recorrer à PROTESTE para obter uma solução diante de situações de conflito com fornecedores ou se for vítima de alguma ação que desrespeite seus direitos.
Use a plataforma Reclame para registrar reclamações, dialogar com empresas e contar com uma equipe especializada em direitos do consumidor.
