Cuidado! Cibercrime cria inteligência artificial própria para dar golpes na internet

Cuidado! Cibercrime cria inteligência artificial própria para dar golpes na internet

Chatbots ajudam criminosos a serem mais convincentes na hora do golpe

Os crimes cibernéticos entraram em uma nova era com a inteligência artificial generativa, aquela capaz de criar conteúdo. Com a ferramenta, pessoas conseguem criar códigos maliciosos sem saber programar e reproduzem vozes de autoridades.

Segundo especialistas ouvidos pelo Tilt, do UOL, cibercriminosos estão atacando mais, de uma forma mais convincente, cirurgicamente e com um menor custo.

Os criminosos agora contam com versões criminosas de IA conversacional ao estilo ChatGPT. Eles se baseiam em programas de código aberto, criados com intenções honestas e disponíveis gratuitamente na internet, mas que acabam sendo modificados para aplicar golpes.

Os “ChatGPTs bandidos” vendidos na dark web possuem vários nomes, como WormGPT ou FraudGPT. Um deles, o PentestGPT, é baseado em ferramentas legítimas usadas por profissionais de segurança para averiguar se os sistemas de suas organizações são resistentes, no chamado teste de penetração (pen test, em inglês).

Na mão dos hackers, esses chatbots ajudam a localizar vulnerabilidades de segurança desconhecidas para os criadores.

Mas a maioria dos chatbots são usados para um golpe mais comum, o phishing, ao criar textos para enganar as pessoas de forma mais convincente. Eles facilitam a vida dos “príncipes nigerianos”: estrangeiros que, como o autor do e-mail do “príncipe” estrangeiro pedindo depósitos bancários, atacam países distantes.

O texto é gerado sem erros gramaticais e vai ser escrito como se fosse um nativo. Antes, esses criminosos precisavam de um parceiro local fluente no idioma.

Outra problema é a popularização do spearphishing. Enquanto o phishing distribui e-mails em massa, no spearphishing, o alvo é uma vítima em particular, como por exemplo, um gerente financeiro que tenha acesso privilegiado a credenciais bancárias. O criminoso pode elaborar um e-mail aparentemente legítimo fingindo ser um chefe ou parte do suporte técnico.