Operadoras de telefonia móvel focam benefícios em vídeos

Operadoras de telefonia móvel focam benefícios em vídeos

Para as chamadas ofertas de SVAs, empresas buscam parcerias com gigantes do setor, como Youtube e Netflix

Você sabe o que são as ofertas de SVAs das operadoras de telefonia móvel? São os “Serviços de Valor Adicionado”, que significam justamente o que o nome diz: um algo a mais. E com o crescimento da velocidade da conexão 4G e da demanda por vídeos, a linha adotada pelas empresas tem sido buscar parcerias com gigantes do setor, como Youtube e Netflix. Tudo para oferecer os chamados diferenciais e um portfólio mais relevante a seus clientes.

De acordo com o site Mobile Time, a importância dos SVAs é tão grande, que podem chegar a representar 80% da receita de serviços móveis para algumas empresas. E o esforço das operadoras no sentido de oferecer esse algo a mais é evidente. Em dois anos, as reclamações na Anatel referentes aos SVAs caíram 65%.

Ainda segundo o Mobile Time, a tendência que todas as operadoras estão seguindo no momento é simplificar e enxugar os SVAs. E também direcionar os esforços para o entretenimento e a educação.

Foco no entretenimento como diferencial

O entretenimento, por sinal, é um caso à parte nessa estratégia. Pois os vídeos estão entre os maiores destaques nas ofertas de planos das operadoras. Tanto em forma de SVA como pelo acesso com franquia extra ou até mesmo acesso grátis.

O Mobile Time fez uma pesquisa entre as quatro principais operadoras de telefonia móvel – TIM, Oi, Claro e Vivo – e listou os principais SVAs e conteúdos oferecidos por elas.

“Entendemos que precisamos entregar serviços relevantes. Então, os que talvez não tenham relevância, estamos tirando”, disse Diogo Câmara, diretor de produtos, mobilidade e conteúdo da Oi, ao Mobile Time. A empresa não discrimina a participação de SVAs em sua receita.

Diminuição de queixas

Ao enxugar seu portfólio de SVAs, a Oi buscou combater as queixas em relação a esses serviços. Segundo Diogo, “hoje a indústria está em um patamar muito melhor do que há dois anos, mas o trabalho continua”.

A Oi pretende lançar ainda este ano novos produtos em associação com “marcas poderosas”, de acordo com Diogo. Entre as parceiras de vídeo atuais já estão Fox, ESPN e HBO. De acordo com o diretor, a operadora deve focar no entretenimento em geral. Da música – com previsão de lançamentos ainda no primeiro semestre – aos livros, além da fundamental oferta em vídeos.

Parcerias relevantes

Para Rodrigo Gruner, novo diretor de serviços digitais e inovação da Vivo, após a redução de SVAs no passado, o foco agora é fazer parcerias relevantes para o cliente.

“Se o número é maior ou menor, é consequência do trabalho de construção de um portfólio que tenha relevância e qualidade. Não gosto de falar em enxugamento ou ampliação. É um processo natural, como em qualquer mercado. Você constantemente avalia a qualidade de todos os serviços”, disse Gruner, ao Mobile Time.

Desde 2015, segundo o site, os dados e SVAs são a maior fonte de receita. E a estratégia para 2019 será a de expansão de parcerias, para ofertas de conteúdos relevantes e exclusivos.

O diretor da Vivo destaca, por exemplo, a parceria com o Prime Video, da Amazon. Além de conteúdos da NFL (liga de futebol americano), Telecine Play, Discovery Kids e Fox Sports.

Portfólio mais enxuto de SVAs

O artigo do Mobile Time destrinchou a estratégia da Claro, que também enxugou seu portfólio. O número de SVAs, que dois ou três anos atrás ultrapassava os 100 produtos, atualmente gira em torno de 60.

“A gente foi identificando o que o usuário estava mais usando e focamos onde havia demanda”, disse Leonardo Contrucci, diretor de marketing da empresa, ao Mobile Time.

Segundo o artigo, a empresa, que no ano passado cresceu em 5,7% seu faturamento em serviços móveis, não discrimina em seu balanço financeiro a receita de SVA. Mas Contrucci a classifica como “super relevante”.

Cobrança pelos serviços

O chamado co-billing é uma das formas de conveniência oferecida pelas operadoras. Nessa modalidade, o usuário paga pela assinatura do SVA por meio da conta telefônica. De acordo com Rodrigo Gruner, da Vivo, trata-se de um “ativo bastante importante”, uma vez que outras marcas se interessam em associar-se à operadora. Ele destaca também a “confiança do cliente” na empresa, ao concordar com essa forma de cobrança.

Para Diogo Câmara, da Oi, a ideia da empresa é que a fatura seja “uma conveniência para o cliente”. E apesar dos riscos de assumir a inadimplência com o co-billing, a empresa tem como mitigá-los e segue “estudando uma série de parcerias”.

No caso da Claro, o co-billing não aparece em todas as ofertas. O pacote pós-pago, por exemplo, que oferece franquia adicional de Netflix, não conta com esse recurso. De acordo com Leonardo Contrucci, os serviços acabam sendo empacotados para levar a experiência ao consumidor e agregar valor à oferta.

“No final do dia, o usuário precisa contratar nossos serviços. A gente não encara esses serviços como concorrentes, mas como parceiros”, finalizou Contrucci, em entrevista ao Mobile Time.

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