Por que o reconhecimento facial não é 100% confiável?

Por que o reconhecimento facial não é 100% confiável?

Pesquisas sugerem que a taxa de acerto de reconhecimento facial é de um para cem; ou seja, para cada acerto, há 99 erros

O reconhecimento facil é uma tecnologia admirável e tem evoluído rapidamente. Em ambientes controlados, o reconhecimento facial é uma técnica absoluta. Ou seja, é possível tirar uma selfie para autorizar pagamento em bancos, ou subir uma foto na rede social e já saber quem está ao seu lado. Mas, se quisermos saber quem é aquele desconhecido em uma praça pública, a realidade é outra.

Um experimento feito nos EUA dá a dimensão exata do problema. Ele consistiu em tentar verificar pelas fotos, se políticos dos EUA seriam identificados como criminosos no sistema de reconhecimento facial da Amazon. O resultado foi surpreendente: o sistema identificou 22 congressitas americanos na lista de procurados pela polícia. Ou seja, o reconhecimento facial associou um criminoso a alguém com ficha limpa.

Mas o resultado pode ser ainda pior. Há pesquisas que sugerem que a taxa de acerto do reconhecimento facial, em ambientes públicos, é da ordem de um para cem. Ou seja, para cada acerto da máquina, há 99 erros. E, se uma dessas 99 pessoas tiver cometido algum crime, outra pessoa pode ser investigada no lugar dela.

Limites tecnológicos

O fato é que a tecnologia de hoje ainda é bastante limitada, segundo o colunista da GaúchaZH, Fabro Steibel. Por isso, a técnica mais comum de reconhecimento facial é a mesma usada desde a década de 1950: o olho nu. E isso mudará apenas lentamente. Tanto que até recentemente aeroportos como os de Londres usavam essa técnica para verificar se o passageiro que queria entrar no país era o mesmo da foto no passaporte.

Portanto, o crescente interesse de uso de reconhecimento facial pela administração pública para melhorar a segurança pública é preciso ser visto com cautela.

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