O que é stalkear? Confira algumas dicas de segurança

O que é stalkear? Confira algumas dicas de segurança

Saiba o que significa stalkear, quais são os cuidados para aumentar a segurança no ambiente digital e o que diz a legislação.

Stalkear ou perseguir uma pessoa por meios digitais, principalmente nas redes sociais, é uma prática que pode ser extremamente nociva e que, por isso, está inclusive descrita como passível de punição no Código Penal brasileiro.

A sociedade está cada vez mais conectada e milhões de pessoas têm perfis em redes sociais. Porém, isso não significa que está permitida a importunação online a quem quer que seja, não importa o quanto alguém esteja presente na internet e faça uso de perfis pessoais.

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Vale lembrar que é possível haver curiosidade sobre uma pessoa e, por isso, pesquisar o perfil dela nas redes sociais. Entretanto, a partir do momento em que há excessos nessas interações e adota-se comportamento nocivo de perseguição e importunação, essa prática deixa de ser saudável e passa a ser stalking. Em alguns casos, a perseguição ultrapassa os limites da internet e chega a abordagens pessoais em locais físicos.

Entenda o que é stalkear, o que a legislação diz a respeito dessa prática e de que maneira é possível se proteger de pessoas que adotam esse comportamento.

O que é stalkear?

O termo stalkear tem origem no verbo to stalk, que em tradução livre para o português significa perseguir. Logo, stalking ou stalkear alguém significa perseguição a uma pessoa, incomodando-a, de maneira ostensiva. 

Quem pratica essa perseguição, ou seja, o stalker, age de maneira obsessiva tanto por redes sociais quanto presencialmente, por meio de práticas como:

  • Envio excessivo de mensagens por chats de redes sociais;
  • Envio de e-mails, SMS e outros canais de comunicação, inclusive ligações telefônicas;
  • Envio de presentes, flores e outros objetos de maneira constante e sem motivo aparente;
  • Perseguição ou vigilância presencial, em locais como residência, trabalho e outros frequentados pelo alvo do stalker;
  • Importunação de familiares, amigos, colegas e outras pessoas próximas da vítima da perseguição;
  • Invasão de perfis de redes sociais, contas de e-mail ou mesmo de smartphones da vítima. 

Portanto, stalkear significa perseguir uma pessoa, presencialmente ou no mundo digital, sem o seu consentimento e de forma a constrangê-la e pressioná-la psicologicamente. Isso pode ser feito por desconhecidos, mas também por pessoas próximas. Ex-namorados, ex-maridos ou pessoas que já tiveram relacionamento com a vítima podem se tornar stalkers, por exemplo.

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O que diz a legislação?

O Código Penal brasileiro, por meio da Lei Nº 14.132/2021, criou o crime de perseguição, com a inclusão do art. 147-A, que é utilizado também para situações de stalking. 

Segundo a legislação, esse crime trata-se de atos em que uma pessoa persegue alguém “reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade”.

Ainda de acordo com o artigo, a pena prevista para quem comete esse crime é de reclusão de 6 meses a 2 anos, além do pagamento de multa. O tempo é aumentado caso a infração seja cometida:

  • Contra crianças, adolescentes ou idosos;
  • Contra mulheres;
  • Mediante a participação de duas ou mais pessoas ou uso de arma.

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Dicas de segurança para redes sociais

Existem medidas de segurança que é possível adotar no uso de redes sociais e que podem colaborar para coibir ações de stalking, tanto de desconhecidos quanto de pessoas próximas. 

Para saber ainda mais sobre ações de segurança durante o uso de redes sociais e da internet, inscreva-se no curso Tecnologia na palma da mão – 60+, da PROTESTE. As aulas trazem várias dicas sobre recursos tecnológicos, aplicativos e muito mais. 

Mantenha seu perfil privado

Manter perfis em redes sociais e aplicativos de mensagens de modo privado é uma das estratégias de segurança. É possível, por exemplo, não exibir nome, foto, número e informações de contato para usuários sem vínculo, o que aumenta a privacidade.

Outra opção de manter um perfil privado é desabilitar confirmações de leitura de aplicativos de mensagens ou deixar de exibir a opção “online”. Isso pode inibir o envio de mensagens de stalkers.

Por fim, também é possível desabilitar a exibição de publicações e mensagens para determinadas pessoas. Tudo pode ser feito a partir das configurações de privacidade e segurança e diversos aplicativos.

Não aceite amizade de desconhecidos

Procure não aceitar convites de amizade de desconhecidos e, principalmente, de perfis suspeitos, sem foto nem relação com você ou com amigos e familiares. Na área de configurações das redes sociais, é possível selecionar quem pode seguir seu perfil ou enviar solicitação de amizade, para que você consiga liberar ou não uma pessoa antes de seguir você.

Filtre o conteúdo compartilhado

Durante o uso das redes sociais, é importante tomar cuidado ao compartilhar informações como local de trabalho, de lazer ou outros endereços que fazem parte da sua rotina, como academia, faculdade, escola dos filhos, entre outros.

Essas informações podem ser usadas por stalkers para realizar abordagens desagradáveis ou perseguir as vítimas. Dessa maneira, apenas compartilhe essas informações com pessoas próximas, conhecidas e confiáveis.

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Não compartilhe sua localização

A localização em tempo real é um recurso disponível em diversas redes sociais, como Instagram, Facebook e Twitter, que deve ser evitado. Afinal, ao usar essa ferramenta, você informa onde está naquele exato momento e aumenta as possibilidades de um stalker ir atrás de você.

Por isso, procure não compartilhar a sua localização ao publicar nas redes sociais, especialmente o endereço em tempo real, seja por meio de postagens, fotos ou de stories.

Crie senhas fortes

Proteger suas senhas na internet é essencial para evitar as ações de hackers e, também, de stalkers, que desejam invadir perfis de redes sociais para buscar informações pessoais. 

Logo, evite senhas fáceis e dificulte ao máximo o acesso a contas em redes sociais e de e-mail. Diversas ferramentas permitem usar, além da senha, recursos como autenticação por biometria ou por dois fatores, o que aumenta a segurança.

Não clique em links estranhos

Evite clicar em links estranhos ou de origem duvidosa enviados por remetentes desconhecidos em redes sociais, aplicativos de mensagens, SMS, e-mail e outros canais. Eles podem conter vírus que infectam celulares e computadores e abrem margem para que stalkers consigam acessar seus aparelhos ou perfis pessoais.

O que é um perfil fake?

Perfil fake é um recurso utilizado por stalkers para perseguir suas vítimas por meio da criação de uma identidade falsa. Eles se passam por pessoas reais ou que não possuem identificação, com o objetivo de esconder a verdadeira identidade.

Por meio de perfis falsos, criminosos podem stalkear alguém ou mesmo praticar crimes de ódio, como ameaças, racismo, homofobia, calúnia, e contra a honra de determinados grupos ou pessoas.

Por isso, é fundamental não aceitar pedidos de amizade de desconhecidos ou mesmo liberar o acesso às publicações, pois eles podem ter sido criados com o objetivo de stalkear ou mesmo ofender a honra de alguém. Sempre desconfie de perfis:

  • sem foto ou com um imagem ilustrativa, sem identificação;
  • sem nome;
  • sem descrição;
  • com links suspeitos;
  • sem publicações.

Guia do consumidor

Cuidado com as crianças

Cada vez mais as crianças estão conectadas e fazem uso de redes sociais, aplicativos e outras ferramentas disponíveis na internet. Esse contexto exige controle dos pais ou responsáveis para que os pequenos não sejam vítimas de perfis falsos ou de ataques que possam trazer diversos prejuízos para a saúde mental ou mesmo física.

Para mantê-las em segurança na internet, é importante supervisionar suas atividades nas redes, oferecer opções de conteúdo adequadas para a faixa etária e, principalmente, educá-las para adotar medidas de proteção que preservem sua integridade, como não aceitar convites de amizade de desconhecidos.

Estou sendo stalkeado, o que fazer?

Caso você perceba que alguém passou a stalkear suas redes sociais ou tem comportamento obsessivo e de perseguição, é importante atuar para que o problema não tome proporções maiores. Entre as medidas possíveis para fazer em caso de stalking, estão:

  • Grave todas as interações, mensagens, áudios e tire fotos e prints da tela que mostrem conversas ou qualquer evidência da perseguição;
  • Não responda ou interaja com o stalker, para não estimular a perseguição nem fornecer, mesmo que sem querer, informações pessoais;
  • Bloqueie o contato e use o serviço próprio das redes sociais ou do canal de contato para denunciar o stalker e, assim, impedir o envio de novas mensagens;
  • Abra um boletim de ocorrência e apresente as evidências coletadas. Se possível, fale com pessoas que possam ser testemunhas. 

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Conheça os serviços da PROTESTE

Como vimos, é essencial entender os problemas por trás da prática de stalkear uma pessoa, já que esse comportamento é invasivo e criminoso, com pena de prisão e multa prevista no Código Penal.

Ao mesmo tempo, tomar medidas de segurança que dificultam a prática de stalkers ajuda a evitar a ação desses criminosos. Se mesmo assim você for vítima de perseguição, também é possível adotar diversas medidas que ajudam a responsabilizar essas pessoas.

A informação é essencial para o ambiente digital. Por causa disso, a PROTESTE, maior associação de consumidores da América Latina, produz conteúdos informativos sobre tecnologia e segurança digital no ConectaJá.

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Nossos especialistas realizam testes comparativos que fornecem informações sobre os principais produtos e serviços disponíveis no mercado. As análises são feitas para ajudar você a escolher as melhores opções para as suas necessidades, de acordo com o custo-benefício. 

Você pode registrar reclamações contra fornecedores de produtos e serviços no canal Reclame. A sua mensagem é encaminhada para a empresa e a resposta chega na própria plataforma. Nossos associados contam com o auxílio de especialistas em defesa do consumidor. Acesse o site  ou ligue para 4020-7753.