‘Modo ladrão’: conheça novo mecanismo antifurto para Android
O Brasil será o primeiro país do mundo a receber a nova funcionalidade da Google para celular Android
O Brasil será o primeiro país do mundo a receber um recurso antirroubo em celulares Android. O chamado “modo ladrão” foi anunciado pelo Google em um evento de tecnologia e deve chegar em terras brasileiras ainda neste ano, para telefones compatíveis ao Android 10 ou superior.
A ideia é que, quando ativada, a funcionalidade irá realizar automaticamente o bloqueio da tela do aparelho após identificação de um roubo. Para fazer essa identificação, o sistema vai usar uma inteligência artificial que detecta mudanças abruptas de direção e velocidade no movimento do celular.
A funcionalidade será muito importante nos casos de roubos de celulares por ciclistas, por exemplo, que são muito comuns no Brasil, principalmente na capital paulista. Segundo informações de uma pesquisa feita pelo Datafolha no começo deste ano, cerca de um em cada três habitantes de São Paulo já tiveram o celular furtado. Destes, 18% tiveram o aparelho levado por alguém em cima de uma bicicleta, pela chamada “gangue da bike”.
Na prática, quando ativada, uma inteligência artificial vai analisar dados dos sensores do celular e vai bloquear a tela do aparelho assim que perceber alguma mudança brusca de movimento, que acontece quando o dispositivo é arrancado da mão ou corpo do usuário. Após ser acionado, a tela será bloqueada e uma notificação enviada para explicar o motivo da trava.
Mas não se preocupe: caso seja um alarme falso, o usuário poderá desbloquear a tela normalmente, usando a senha ou biometria. Vale reforçar, também, que o sistema só vai operar quando estiver previamente ativado.
A funcionalidade foi pensada em proteger os usuários que, muitas vezes, têm as contas pessoais de bancos e redes sociais acessadas pelos ladrões.
Mais opções de bloqueio
Além da opção de bloqueio automático no caso de movimentos abruptos, o Google vai liberar outros dois recursos antirroubos em Android, que podem ser ativados remotamente, após o aparelho ser roubado.
Na opção de “Bloqueio rápido remoto”, o usuário poderá bloquear a tela do dispositivo a partir do número do chip via a função “Encontre meu Dispostivo”. Para fazer isso, o dono do aparelho precisará entrar no serviço, colocar o seu número de telefone e responder um desafio de segurança. Com as etapas preenchidas, a tela do aparelho será bloqueada imediatamente, independente de onde esteja.
Para que essa ação aconteça da forma mais rápida possível, a página de bloqueio poderá ser acessada por computadores ou outros celulares e não vai solicitar as senhas de acesso às contas Google para funcionar.
Existe, ainda, uma terceira novidade para os usuários de Android no Brasil, o “bloqueio de dispositivo off-line”. Neste caso, a tela do celular será bloqueada automaticamente quando o sistema identificar ações incomuns do usuário, como estar em locais não frequentados por um tempo muito longo, a remoção do cartão SIM ou a perda de conectividade por um período prolongado.
Todas essas funcionalidades já estão sendo testadas em parceria com fabricantes de celulares e, vale ressaltar que, para funcionarem, precisarão ser ativadas pelo dono do aparelho.
Além do Android: outros sistemas contra furtos
Apesar do modelo diferenciado de lidar com o furto bloqueando a tela e as inovações em relação à inteligência artificial, o Google não é a única empresa que olha para a segurança dos seus usuários neste quesito.
o final de 2023, a Apple lançou a ferramenta de segurança “Stolen Device Protection” (Proteção de Dispositivo Roubado, em português). O recurso já está disponível no Brasil e impede que terceiros assumam o controle de contas, acessem senhas e roubem dinheiro dos proprietários dos dispositivos.
Diferentemente da inovação apresentada pelo Google em relação ao bloqueio de tela, essa disponibilidade presente nos aparelhos da Apple traz uma segurança em relação a alguns acessos do celular. A ideia é que, quando ativada, nos momentos em que o iPhone estiver em um local desconhecido, o aparelho irá pedir a autenticação com o Face ID ou Touch ID antes de poder realizar certas ações, como:
- usar os métodos de pagamento salvos no Safari (preenchimento automático);
- desativar o Modo Perdido; apagar conteúdo e ajustes;
- solicitar um novo Apple Card;
- ver o número do seu cartão virtual do Apple Card ou Apple Cash, entre outras coisas.
A ferramenta já está disponível hoje e, para ativá-la, basta acessar a opção “Proteção de Dispositivo Roubado”, localizada na aba “Face ID e Códigos” dos ajustes do celular.
Assim como o projeto apresentado pelo Google, a ideia também é proteger o usuário de danos maiores que a perda do celular em si. Claro que, mesmo com todas essas funcionalidades, os furtos ainda podem causar grandes dores de cabeça. Por isso, todo cuidado é pouco!