Inteligência Artificial na China está nas mãos de três empresas
Gigantes chineses da tecnologia como Baidu, Alibaba e Tencent mostram como o país pretende crescer no setor
A Inteligência Artificial (IA) é alvo de grandes investimentos de empresas chinesas como Baidu, Alibaba e Tencent. Além de abrirem os bolsos para desenvolver e implementar a inovação em seus negócios, os três gigantes da tecnologia da China têm financiado uma ampla gama de empresas de IA, que usam a tecnologia em soluções que vão de cidades inteligentes a finanças e educação.
De acordo com o MIT Technology Review, recentemente, o site chinês Huxiu.com revelou toda a extensão do envolvimento das três empresas na indústria de IA da China. Segundo a publicação, Baidu, Alibaba e Tencent investem em 53% das 190 maiores empresas que exploram e desenvolvem esse tipo de tecnologia no país.
Características do ecossistema chinês
O autor do artigo do MIT Technology Review ressalta que “isso pode não surpreender aqueles que acompanham de perto o ecossistema de IA da China. Mas é uma topologia bem diferente para aqueles mais familiarizados com o Vale do Silício”.
Veja o gráfico com o número de empresas de IA financiadas pelos gigantes da tecnologia da China:
Inteligência Artificial em diversos setores
O cenário mostra a intensidade de investimento dessas empresas e esforço que fazem para superarem umas às outras. Cada uma tem uma área principal de especialização: Alibaba no e-commerce, Tencent nas redes sociais e Baidu em busca e indexação de informações. Mas elas também estão se desafiando em dezenas de setores, como transporte, aparelhos domésticos, educação, finanças, entre outros.
Por outro lado, a escala do envolvimento das três empresas mostra como elas são integradas no objetivo de fazer da China a líder global em IA até 2030. A expertise e os financiamentos dessas empresas definem a direção e o ritmo do desenvolvimento da tecnologia. Assim como suas fraquezas ajudam a China a determinar as suas probabilidades de crescimento no setor.
Crescimento desproporcional
Os investimentos do chamado BAT (sigla formada pelo nome das três empresas) promoveram um crescimento desproporcional na indústria de IA. O surgimento de empresas dedicadas a aplicativos de IA têm um peso muito maior. Em contrapartida, é menor o investimento em tecnologias que sustentam a IA, como algoritmos e chips de silício avançados, fundamentais para os avanços em visão mecânica, processamento de idiomas e outros recursos de inteligência artificial.
De acordo com o artigo da MIT Technology Review, esse peso maior aos aplicativos está intimamente ligado à abundância de dados e visões negligentes sobre privacidade na China. A curto prazo, diz o autor, essas duas condições tornam o terreno fértil para aplicações altamente lucrativas do chamado “machine learning”, ou “aprendizado da máquina”. Mas o país ainda está atrás dos EUA em seus esforços para expandir as capacidades existentes de IA por intermédio da pesquisa fundamental. E, no longo prazo, isso pode ser um limitador sobre o quanto a China continuará a se beneficiar da revolução da IA.
