Economia de dados: por que ela importa para você?
Empresas recolhem a cada segundo uma imensidão de dados dos seus consumidores, mas até o momento só o fazem em benefício próprio
Estamos vivendo a era em que a economia de dados é a própria economia. Mas você sabe o que é economia de dados e por que ela importa para você? Vamos direto ao ponto: a economia de dados é o ecossistema global digital no qual a imensidão de dados produzidos a cada segundo nas mais variadas atividades são reunidos, organizados e trocados por uma rede de vendedores para derivar valor da informação acumulada.
E por que isso importa? Isso é importante porque os dados são seus. E, sendo seus, você deveria ter o direito de fazer com eles o que quiser. Até mesmo vendê-los para as empresas interessadas. “O consumidor tem que poder monetizar esses dados e participar ativamente dessa economia”, afirma o diretor de Relações Institucionais e Relações com a Mídia e Membro do Conselho Executivo da Euroconsumers, Marco Periani.
GDPR e LGPD
Foi na esteira dessa economia de dados que pioneiramente a União Europeia criou a GDPR (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, em português). Essa mesma regra inspirou a nossa Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). No entanto, ambos os regulamentos estabelecem apenas as bases para a participação do consumidor na economia de dados. Segundo Periani, é preciso “avançar sobre essas bases”.
Em sua visão, essa é uma forma de empoderar o consumidor e evitar uma nova crise na economia mundial. Ele cita como exemplo o crash de 1929. Naquele momento da história, os bancos sofreram uma crise de credibilidade e os correntistas correram para sacar dinheiro em massa.
Confiança
Fazendo um paralelo com o momento atual, e se os consumidores perderem a confiança nas empresas e nos órgãos públicos e retirarem deles os seus dados? As empresas estão inovando na maneira como tratam os dados dos consumidores para aumentarem suas vendas para eles. Por exemplo, com o uso de inteligência artificial. Mas o que eles ganham com isso?
Portanto, esse é o ponto chave da participação do consumidor nessa nova economia de dados. A inovação tem que ser compartilhada com ele, sob o risco de ele perder a confiança no sistema e a economia ruir. Periani cita o escritor de ficção especulativa William Gibson para mostrar que as empresas têm de trazer o futuro para as pessoas: “o futuro está aqui, mas não está igualmente distribuído”.
