Conteúdos maliciosos na web: saiba como proteger seus filhos

Conteúdos maliciosos na web: saiba como proteger seus filhos

Veja as dicas de uma psicóloga sobre como controlar o acesso de crianças e adolescentes à internet

Muito se comentou recentemente sobre a personagem Momo. A “lenda urbana digital” surgiu na internet há cerca de um ano, quando rumores davam conta de que as pessoas recebiam ligações ou mensagens pelo Whatsapp com incentivos ao suicídio. Era o chamado “Momo Challenge” (“Desafio Momo”). No início de março de 2019, novos relatos apontavam aparições da imagem aterrorizante em vídeos do YouTube Kids, ensinando as crianças a cortar os pulsos. O YouTube, no entanto, se defendeu das acusações e negou que vídeos da boneca tenham burlado o filtro de conteúdo infantil. E que o pânico generalizado aconteceu por conta de boatos espalhados nas redes sociais. Mesmo assim, os pais devem sempre ficar de olho em conteúdos maliciosos que podem ser acessados por seus filhos na internet.

O Hospital Albert Einstein publicou recentemente, em seu site, um artigo com dicas da psicóloga Soraya Souza Cruz sobre como orientar e proteger as crianças dos tais conteúdos maliciosos. De acordo com o texto, oito em cada dez brasileiros com idade entre 9 e 17 anos têm acesso à rede. Os dados são da pesquisa de 2017 do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Mas o que eles estão vendo, lendo, ouvindo, assistindo e compartilhando?

Diálogo entre pais e filhos

Para a Dra. Soraya, primeiramente é preciso assumir e aceitar que a proibição da navegação dos filhos na internet é uma tarefa praticamente impossível. Portanto, a única solução viável é o diálogo entre pais e filhos.

“O grande desafio hoje é conseguir criar um ambiente familiar que permita trocas e fortaleça o diálogo. Quando os pais e mães conseguem estabelecer uma relação de troca, confiança e disponibilidade com os filhos fica mais fácil estabelecer os acordos e os limites que serão seguidos. Não só na internet, mas na vida”, afirma a psicóloga do Hospital Albert Einstein.

Acordos claros

Segundo a especialista, o ideal é que acordos claros sejam estabelecidos, sobre o que é aceitável e interessante de ser acessado na web. Além disso, é preciso estipular, também, o tempo em que isso pode ser feito.

“Um caminho interessante é fazer isso junto com a criança ou adolescente. E deixar claro que haverá um controle sobre o que ele está acessando”, orienta a Dra. Soraya.

A importância de se estar presente

No entanto, o diálogo só acontece a partir do momento em que os adultos estão disponíveis para acompanhar a rotina dos jovens. A especialista afirma que os pais devem estar presentes no cotidiano. E precisam apresentar um interesse genuíno pelas questões e dificuldades apontadas pelos filhos.

“Durante a adolescência é importante promover um espaço protegido para o exercício da liberdade e isso acontece quando combinamos democraticamente as regras domésticas e como vamos lidar com as consequências. Precisamos honrar esses acordos. O problema é que os adultos nem sempre conseguem seguir as próprias regras, pois estão tomados com a correria do dia a dia”, alerta a psicóloga.

Identificando sinais e conteúdos maliciosos

O artigo aponta que todo excesso é um sinal de alerta e preocupa. De acordo com a psicóloga, caso um adolescente passe a ter um único lazer, como jogar videogame, ou quando desiste de outras atividades para se dedicar exclusivamente ao computador, por exemplo, os pais precisam chamá-lo para uma conversa. Eles podem estar sendo influenciados por conteúdos maliciosos na web.

“Mudanças significativas de comportamento também devem ser observadas. A conversa, no entanto, não pode ser só uma discussão dos problemas ou bronca. A relação familiar tem que ter espaço aberto para o diálogo”, finaliza a especialista.