Como proteger o meu Instagram de hacking? Entenda

Como proteger o meu Instagram de hacking? Entenda

Os usuários da rede social também precisam compreender como agir corretamente em casos de invasão da conta

Se tem algo que faz parte do cotidiano das pessoas ao redor do mundo são as redes sociais. As plataformas são usadas para diversas finalidades, como para trabalho e para se comunicar com amigos e familiares. Um dos aplicativos mais usados é o Instagram. Em uma pesquisa feita pela Opinion Box, foi destacado que em janeiro de 2024 a rede teve cerca de 134,6 milhões de contas só no Brasil. Diante desse cenário, é importante que os usuários tenham cuidado com seus perfis, para evitar invasões como o hacking.

No mundo digital, há a possibilidade de contas de qualquer rede social sofrerem diferentes tipos de ataques. Quanto se trata de perfis hackeados, muitos pensam que isso só acontece com pessoas famosas e figuras públicas. Mas pessoas “anônimas” também podem ser vítimas. O objetivo? Segundo Afonso Coelho, professor de cibersegurança da FIAP, em grande parte dos casos, os autores desse tipo de ataque buscam ganho financeiro.

“A conta comprometida é usada para a execução de diversas fraudes, usufruindo da rede de contatos e relação de confiança do dono da conta”, diz. Nesse caso, ele cita os golpes mais comuns por meio do hacking no Instagram:

  • Execução de vendas fraudulentas, exibindo produtos a preços atraentes nos stories e pedindo pagamento via PIX para contas de terceiros – ou seja, contas para atividades ilegais;
  • Divulgação de anúncio de promoções, ofertas ou sorteios que levam a sites perigosos e links que podem levar a páginas falsas, as quais coletam dados ou instalam malwares (softwares criados para explorar ou prejudicar dispositivos);
  • Envio de mensagens a parentes, amigos e seguidores, fingindo ser o dono da conta e solicitando empréstimos ou ajuda para uma emergência;
  • Promessa de um “investimento imperdível” com retornos rápidos, induzindo as vítimas a enviarem dinheiro;
  • Mensagens com links emergenciais e urgentes, alarmando que a conta será bloqueada, direcionando para um link que irá capturar dados de login ao tentar “resolver” o problema.

Mas, afinal, o que é hacking?

Um estudo de 2024 publicado na revista científica RECIMA21 destacou que o aumento de crimes cibernéticos vem causando preocupações entre usuários. Os pesquisadores descreveram algumas consequências dessas ações, como invasão de contas pessoais, roubo de dados, entre outros.

Em relação ao hacking de perfis em redes sociais, Márcio Cots, professor de direito tecnológico da FIAP, explica que essa ação acontece quando alguém acessa indevidamente o perfil de outro usuário, sem autorização.

“Isso geralmente envolve algumas técnicas, como a aquisição indevida de senhas e ataques de phishing. O invasor pode assumir o controle da conta, alterar dados, aplicar golpes se passando pela vítima ou até apagar conteúdos. Essa conduta compromete a privacidade e a identidade digital da pessoa, podendo gerar implicações cíveis, penais e administrativas, conforme o caso”, destaca.

Um estudo do Norton Labs observou que as redes são grandes alvos de ataques de phishing, criados para roubar informações privadas. Vale citar que essa ação busca enganar pessoas para que elas compartilhem dados ou baixem malwares, por exemplo. Conforme Afonso, essa é uma das estratégias mais usadas para usuários que são “anônimos”.

Ainda, uma das conclusões da pesquisa do Norton Labs é de que os ataques de phishing direcionados a redes sociais se tornaram mais sofisticados, auxiliados por ferramentas que tornam as campanhas mais convincentes.

Principais sinais de que a conta do Instagram foi hackeada

Quando uma conta é hackeada, o autor do ataque pode usá-la, indevidamente, de diversas maneiras. Um dos exemplos é postar produtos nos stories para venda, acompanhado de links prejudiciais.

Seja nesse caso ou em outros, como os elencados acima, é possível observar alguns sinais que podem indicar o comprometimento de uma conta. Afonso indica alguns pontos que podem ser monitorados:

  • Dificuldade em acessar a conta com a senha habitual: inicialmente, você pode considerar que digitou errado, mas a recorrência é um indício;
  • Mudanças na imagem do perfil, e-mail ou telefone associado à conta são sinais claros de invasão;
  • Conteúdos no feed ou stories que não são produzidos pelo dono da conta: este controle é mais complexo quando há uma equipe trabalhando em um perfil profissional;
  • Envio de DMs com conteúdo anômalo ou malicioso para contatos;
  • Identificação de novos perfis seguidos ou exclusão de perfis seguidos pelo usuário;
  • Notificações sobre acessos ou logins de locais geográficos desconhecidos.

Minha conta foi hackeada: como devo agir?

Ao identificar que a conta foi hackeada, vale tomar algumas ações rapidamente. “O tempo para a tomada de ação no caso de uma invasão é vital”, diz Afonso. “Respire fundo, não se afobe e mantenha a calma”, orienta. Assim, ele indica o seguinte passo a passo:

  • Redefina a senha da conta e verifique os e-mails do Instagram com links para reverter alterações não autorizadas;
  • Acesse a página oficial de recuperação do Instagram, em https://instagram.com/hacked, e siga as instruções;
  • Caso solicitado, prepare-se para enviar uma selfie em vídeo para confirmar sua identidade;
  • Após retomar o acesso, verifique todas as configurações de segurança e os dispositivos permitidos na conta. Ative ou reconfigure a autenticação de dois fatores (2FA). A 2FA é uma proteção extra que solicita, além da senha, outro código (geralmente enviado ao celular ou gerado por um aplicativo) para o acesso;
  • Avise seus amigos e seguidores sobre a invasão, para que não sejam enganados. Registre todas as etapas da invasão e recuperação, incluindo capturas de tela.

Mas, se for necessário, o que fazer do ponto de vista legal? Márcio recomenda o registro de um boletim de ocorrência, preferencialmente em uma delegacia especializada em crimes cibernéticos, para formalizar a invasão.

“Se a conta invadida estiver sendo usada de forma fraudulenta, como para golpes ou publicações indevidas, o titular pode solicitar judicialmente uma liminar para bloqueio, suspensão ou até a remoção da conta. Essa medida visa impedir a continuidade dos danos causados pela invasão, protegendo tanto o dono da conta quanto seus seguidores”, destaca Márcio.

Ainda, ele complementa: “É importante preservar todas as evidências, como capturas de tela, mensagens suspeitas e e-mails relacionados ao incidente, para serem usadas no processo.”

Perfil hackeado: posso perder a minha conta?

Os seguidores também precisam compreender como funciona o hacking para não cair em golpes (Foto: Freepik).

Os seguidores também precisam compreender como funciona o hacking para não cair em golpes (Foto: Freepik).

Quando a conta sofre um ataque de hacking, há, sim, a possibilidade do proprietário perder o seu perfil. Afonso explica que isso pode acontecer se o invasor alterar as informações de recuperação e o usuário não puder provar a posse ou, então, se a plataforma encerrar a conta por violações graves dos termos de serviço.

Como os seguidores podem perceber que uma conta foi hackeada?

Os seguidores também devem ficar atentos a comportamentos estranhos, que podem indicar uma fraude. Afonso elenca os seguintes pontos para evitar cair em golpes:

  • Postagens ou stories com temas, linguagem ou frequência muito diferentes do padrão do perfil;
  • Alterações na escrita, tom das mensagens ou no uso de gírias e emojis que não correspondem ao proprietário da conta;
  • Vendas ou promoções com preços muito baixos ou condições boas demais para serem verdade;
  • Em vendas fraudulentas, as informações da conta PIX ou mesmo em boletos normalmente não correspondem ao nome do titular do perfil.

Além disso, ele acrescenta: “a forma mais segura de validar uma suspeita é contatar o titular da conta por um canal alternativo, antes de realizar transações ou clicar em links.”

Outro ponto indicado por Márcio é denunciar a conta ao Instagram como hackeada ou suspeita, para a plataforma tomar as medidas necessárias. “Caso algum seguidor tenha sido vítima de golpes originados da conta hackeada, deve-se registrar boletim de ocorrência e preservar provas para apoiar a investigação”, diz.

Como proteger o meu Instagram de invasões?

Além de compreender como agir em casos de hacking, é importante adotar algumas práticas de segurança e proteção da conta do Instagram. Para isso, Afonso fornece oito dicas:

  1. Crie senhas fortes e únicas, misturando letras maiúsculas e minúsculas, números e símbolos;
  2. Não reutilize senhas de outras redes sociais, serviços ou aplicativos on-line;
  3. Troque a senha com periodicidade;
  4. Ative o duplo fator de autenticação, pois ele complementa a senha. Opte por um aplicativo de autenticação, pois esses programas geram códigos temporários no celular e são considerados mais seguros que o envio de SMS – já que este pode ser interceptado em casos de clonagem de chip;
  5. Revise frequentemente os dispositivos com acesso à sua conta e remova os não autorizados ou suspeitos;
  6. Desconfie de links suspeitos e evite clicar em links de mensagens diretas ou e-mails, sem verificar a autenticidade. Evite acreditar em mensagens alarmantes ou que pedem seus dados;
  7. Mantenha o aplicativo do Instagram e o sistema do celular atualizados para corrigir vulnerabilidades;
  8. Proteja a conta de e-mail do seu Instagram, pois é essencial para a recuperação da conta. Também use uma senha forte e a autenticação em duas etapas no seu e-mail.

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