Banco digital das Casas Bahia busca clientes sem serviços financeiros
A Via Varejo lançou recentemente o BanQi. Disponível por meio de um aplicativo, o banco digital deverá atender, principalmente, os clientes das Casas Bahia.
Com o objetivo de atrair consumidores das classes C, D e E, em especial aqueles que não possuem contas em bancos ou têm pouco acesso a serviços financeiros, a Via Varejo lançou recentemente uma conta digital chamada BanQi. Disponível por meio de um aplicativo, o banco digital deverá atender, principalmente, os clientes das Casas Bahia.
Operações de banco digital
De acordo com uma reportagem da Folha de São Paulo, pelo aplicativo do BanQi o titular da conta poderá fazer diversas operações financeiras. Entre elas estão transferências de dinheiro, recarga de bilhete de transporte público, pagamentos via QR Code e gerenciamento do pagamento de carnês das Casas Bahia. Além disso, segundo o jornal, ainda em 2019 o banco digital também deverá oferecer empréstimo pessoal, venda de seguros e cartão pré-pago.
O novo serviço da Via Varejo vai entrar no mercado aquecido de fintechs, que oferecem serviços financeiros com menos taxas do que os bancos tradicionais. O modelo do BanQi é similar ao do Nubank, que já conta com mais de 5 milhões de clientes em sua conta digital NuConta.
No entanto, segundo a Folha, o diretor financeiro da Via Varejo, Felipe Negrão, não vê o Nubank como concorrente direto, uma vez que o banco digital das Casas Bahia tem um público-alvo diferente.
“Enquanto a popular rede de varejo pretende buscar um público de menor renda, o Nubank tem seu crescimento baseado principalmente nos públicos das classes A e B”, disse Negrão, à Folha de São Paulo.
Apoio das lojas físicas
Segundo o diretor financeiro, a vantagem das Casas Bahia é já ter um grande volume de dados sobre consumidores do grupo. Além do fato de contar com as lojas físicas como espaço de divulgação dos produtos, atendimento ao consumidor e ponto para realização de saques e depósitos. De acordo com Negrão, 800 lojas da rede estarão prontas para oferecer o serviço. E terão comunicação visual informando sobre o BanQi até 30 de julho.
A Folha de São Paulo aponta que o executivo não informou metas de clientes cadastrados nos primeiros meses da iniciativa. Mas destaca que elas são agressivas. E que o crescimento esperado é “hiper-rápido”.
Para Negrão, o maior custo do BanQi será a obtenção de clientes. Por conta disso, o banco digital deverá investir em promoções que envolvem devolução de parte do dinheiro gasto, conhecidas como cash-back. E também em programas de recompensa para quem indicar novos usuários. Além disso, o diretor financeiro projeta que o investimento que a Via Varejo deve dar retorno em um período de dois a três anos.
Foco no público que faz crediário
Atualmente, 5 milhões de clientes usam a modalidade do crediário quando fazem compras na rede. E segundo Negrão, o principal ganho da empresa com o BanQi será a possibilidade de aumentar essa base de clientes. Outro ganho que a ferramenta deverá proporcionar às Casas Bahia é o aprimoramento da análise de crédito dos consumidores.
A marca BanQi foi desenvolvida em conjunto com a consultoria de branding GAD. Já o projeto do banco digital das Casas Bahia foi feito em parceria com a startup AirFox, empresa fundada nos Estados Unidos pelo brasileiro Victor Santos.
Segundo a Folha de São Paulo, a Via Varejo fechou em 2018 um acordo para opção de compra de 80% da startup em até três anos. No entanto, essa opção ainda não foi exercida.