Aplicativo reúne e acelera produtores de cerveja artesanal
Plataforma cadastra produções caseiras e cria ranking com base em avaliações dos apoiadores; vencedores ganham certificado para vender produto
O mercado cervejeiro no Brasil sofreu uma verdadeira revolução de uma década para cá, com a invasão das marcas artesanais. O embrião desse movimento nasceu anos antes, em panelas caseiras, de amantes da bebida que resolveram aprender como fazer a cerveja em casa. E foi justamente pensando nesse público que um grupo de empreendedores de São Paulo criou o Peer2Beer, um aplicativo que reúne quem faz cerveja artesanal, gosta de provar e quem quer incentivar esse tipo de produção.
Aplicativo para cervejeiros
A ideia do aplicativo surgiu em 2016, pelas mãos dos empresários Vitor Cunha e Guilherme Aguiar. Em seguida, ganhou a adesão da sommelier de cervejas Dani Garrido, que entrou de sócia no ano seguinte. O objetivo do app é oferecer aos “panelinhas”, como são chamados os cervejeiros caseiros, a oportunidade de profissionalizar sua produção. Uma vez que são conectados a renomados especialistas do mercado, entre mestres-cervejeiros e sommeliers.
Os panelinhas cadastram seus projetos na plataforma e eles entram numa timeline. Os apoiadores interessados em dar suporte ao projeto contribuem com R$ 59,90. O valor é uma forma de incentivo, uma vez que a cerveja produzida artesanalmente em casa não pode ser comercializada. Esses apoiadores recebem em casa um kit com quatro garrafas de 300 ml dessa produção e depois avaliam a bebida de forma intuitiva.
Paralelamente, a cerveja passa pelo crivo de mestre-cervejeiros e sommeliers. Eles avaliam de acordo com os critérios do Beer Judge Certification Program (BJCP), o guia de estilos de cerveja mais conhecido do mundo e o mais usado em competições. Aprenda o jeito certo de servir cerveja.
Avaliações e ranking
Com as notas de amadores e especialistas, a cerveja entra no ranking Peer2Beer. E a mais bem avaliada do aplicativo, ao final de cada ciclo, ganha a oportunidade de ser acelerada. É feita uma produção limitada em fábrica, que é distribuída para pontos de venda. Neste caso, a cerveja do panelinha entra em outro patamar, pois ganha um MAPA, o certificado do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que autoriza a venda do produto.
“O panelinha aprende tanto na prática, quando ele é acelerado, como em cursos. A gente tem cursos dentro da plataforma, descontos, fizemos parcerias com alguns institutos pra ele aportar esse conhecimento. Mesmo quando ele é apoiado”, conta a sommelier Dani Garrido.
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Aceleração da produção
O cervejeiro Bruno Ottaviano, que produziu uma cerveja vermelha, com laranja e chá de hibisco, foi o vencedor no primeiro processo feito pela startup.
“Quem está comprando não necessariamente entende de cerveja. É uma galera que tá começando a comprar cerveja artesanal. Então, aprende dos dois lados: quem tá fazendo e quem tá começando a tomar”, revela Bruno.